#77 Francisco Miguel – Língua, gênero e homosexualidade em Moçambique

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Nessa semana, conversamos com Francisco Miguel, que é doutor em antropologia pela UNB. Nossa conversa foi sobre seu artigo Maríyarapáxjis: língua, gênero e homossexualidade em Moçambique, publicado em 2021 pela revista Mana. Por meio de uma etnografia desenvolvida na província de Maputo, em Moçambique, Francisco observou os usos da linguagem, em Português e Changana, para se referir ao campo semântico da homossexualidade. O pesquisador retraçou um processo de institucionalização da homossexualidade no sul daquele país, demonstrando que apesar das categorias específicas para se referir a subjetividades centradas na sexualidade sejam relativamente recentes e parte de um processo de mudança social, essas comunidades frequentemente acionam ou desenvolvem outras categorias, mais descritivas de gênero, para dar conta desse campo semântico. Dessa forma, Francisco intervem no frutífero debate sobre os usos das categorias analíticas de gênero e sexualidade em África, questionando as teses de que gênero não seria um conceito útil para a análise das sociedades africanas ou de que a homossexualidade seria uma prática colonial imposta àquela região.

#73. Lucas Lauriano – Homossexualidade e redes sociais no trabalho

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Nessa semana, conversamos com o Lucas Lauriano, que é professor da escola de negócio IESEG em Paris, sobre seu mais recente artigo Perdendo o Controle: a incerta gestão de estigmas ocultáveis quando o trabalho e as redes sociais colidem. Por meio de uma etnografia da uma grande montadora de carros, Lucas e eu investigamos a maneira como o colapso de contextos provocado pelas redes sociais dificultou a gestão da identidade de trabalhadores gays. Nosso trabalho coloca em cheque a ideia de que as pessoas possuem controle sobre seus estigmas ocultáveis, especialmente com a onipresença das redes sociais, e demonstra que isso tem consequências graves para pessoas LGBT em suas vidas pessoais e no trabalho.

#50. Marcelo Natividade – Igrejas LGBT: religiosidades, política e subjetividade

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Nessa semana, conversamos com o antropólogo, professor da Universidade Federal do Ceará e cantor Marcelo Natividade sobre seu recente artigo Uma família como outra qualquer: casamento igualitário e novas famílias em igrejas evangélicas LGBT, publicado em 2019 na revista Sexualidad, Salud y Sociedad. A partir de etnografias de igrejas LGBT e de uma longa pesquisa bibliográfica e documental, Marcelo nos descreve como essas igrejas fazem uma amarração complexa entre religiosidades, política e subjetividade. Suas teologias operam um deslocamento de sentido das experiências LGBT valorizando-as como positivas e parte da natureza, simultaneamente criam um enlace com categorias e discursos do campo dos direitos sexuais, projetando-os como parte de um projeto divino. Esses enlaces, no entanto, não deixam de carregar em si tensões e paradoxos entre a subversão e a normalização das experiências LGBT. Seu trabalho nos ajuda a superar visões muito simplificadoras das relações entre gênero, sexualidade e religiosidades.

O artigo que é pano de fundo do episódio pode ser lido gratuitamente aqui.

Marcelo ainda nos contou que acabou de lançar seu álbum Dádiva. Você pode adquirir a cópia física na loja da Metanóia ou ouvido diretamente em qualquer plataforma de áudio.

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