#77 Francisco Miguel – Língua, gênero e homosexualidade em Moçambique

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Nessa semana, conversamos com Francisco Miguel, que é doutor em antropologia pela UNB. Nossa conversa foi sobre seu artigo Maríyarapáxjis: língua, gênero e homossexualidade em Moçambique, publicado em 2021 pela revista Mana. Por meio de uma etnografia desenvolvida na província de Maputo, em Moçambique, Francisco observou os usos da linguagem, em Português e Changana, para se referir ao campo semântico da homossexualidade. O pesquisador retraçou um processo de institucionalização da homossexualidade no sul daquele país, demonstrando que apesar das categorias específicas para se referir a subjetividades centradas na sexualidade sejam relativamente recentes e parte de um processo de mudança social, essas comunidades frequentemente acionam ou desenvolvem outras categorias, mais descritivas de gênero, para dar conta desse campo semântico. Dessa forma, Francisco intervem no frutífero debate sobre os usos das categorias analíticas de gênero e sexualidade em África, questionando as teses de que gênero não seria um conceito útil para a análise das sociedades africanas ou de que a homossexualidade seria uma prática colonial imposta àquela região.

#67. Vera Gasparetto – Estudos de gênero em Moçambique

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Nessa semana conversamos com Vera Gasparetto, que é doutora em Ciências Humanas pela UFSC. Nossa conversa foi sobre seu mais recente artigo O campo dos estudos de gênero em Moçambique/África, publicado em 2020 pela Revista Estudos Feministas. Por meio de uma pesquisa de campo e entrevistas com pesquisadoras e ativistas moçambicanas, Vera retraça um quadro da organização do campo dos estudos de gênero em Moçambique, desde seu início nos anos 1980 até a atualidade. A luta pela independência, as tradições e culturas locais, e mais recentemente as linhas de financiamento internacionais, são algumas das influências que autora destaca como afetando esse processo de constituição e consolidação desse rico e disputado campo de pesquisa. Seu trabalho contribui para alargarmos esse corredor de saberes entre Brasil e Moçambique.

Eu gostaria de agradecer a todas as pessoas pelo carinho e compreensão nesse tempo que o Larvas deu uma pausa. Trabalhar, ter uma vida acadêmica e ainda manter um podcast em plena pandemia não é nada fácil e as coisas meio que se enrolaram no mês passado. Precisei dessa pausa para colocar alguma ordem na vida e agora voltamos. Obrigado!

#49. Helena S. Assunção – Aprendendo com o feminismo africano

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Nessa semana, conversamos com Helena Santos Assunção, que é antropóloga e atualmente cursa o doutorado em antropologia social no Museu Nacional da UFRJ. Nossa conversa foi sobre seu mais recente artigo, Reflexões sobre perspectivas africanas de gênero, em que através de um movimento duplo de aproximação crítica entre o pensamento das nigerianas Ifi Amadiume e Oyèrónké Oyěwùmí e algumas feministas euroamericanas como Françoise Heritier, Judith Butler, Marilyn Strathern e Signe Arnfred, nos permite aprender com certos equívocos, evitar falsas perguntas e imposições epistêmicas. Helena exemplifica com uma análise dos ritos de iniciação feminina em Moçambique, demonstrando como levar em conta esses saberes africanos pode alterar a maneira como observamos e intervimos nessa controvérsia.

O artigo pode ser lido na íntegra aqui.

Helena indicou o site Filosofia Africana que vem traduzindo artigos da Oyèrónké Oyěwùmí e de outras autoras africanas

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